8 de abr. de 2009

Influências Linguísticas do Inglês

O Reino Unido não possui uma língua oficial. O inglês é o idioma falado pela maioria da população (cerca de 70%). Esse é também o idioma oficial de facto ou de jure*.

O Inglês possui várias influências em sua formação. Ela descende do Inglês Antigo, que surgiu a partir do Norueguês Antigo, do Francês Normando, do Latim, do Celta, entre outras.

Quando o domínio Romano sobre a Grã-Bretanha encerrou-se após 450 anos, eles deixaram poucos vestígios na língua local, diferente do que ocorreu na Gália. Assim, quando tribos germânicas chegaram à região, encontraram uma população de língua celta.
A partir da chegada dos Anglos, Jutos e Saxões, em meados do século V, os celtas foram gradativamente caminhando em direção à Escócia setentrional e ocidental e à Inglaterra, indo para Gales e Cornualha (as línguas celtas mantêm-se nessas regiões até hoje, com exceção da Cornualha).
A partir da ocupação da ilha pelos povos citados acima, formaram-se os dialetos do Inglês Antigo, que se constituíram da metade do século V até meados do século XI.

No século IX o rei Alfredo, o Grande, mudou a capital do país para Winchester. Essa região tornou-se também um pólo cultural e seu dialeto passou a ser a língua culta do Inglês Antigo.

Os Vikings, vindos da Escandinávia (primeiramente da Dinamarca e depois da Noruega) estabeleceram-se na ilha, fundando cidades e povoados. Eles contribuíram para o desenvolvimento da língua inglesa com um grande número de palavras.

Durante o domínio Normando, o francês passa a ser a língua culta da Inglaterra, enquanto os camponeses e cidadãos falavam o inglês. Os Normandos foram de grande contribuição na formação da língua inglesa. A situação do francês como língua culta durou até 1362, quando um documento chamado Statute of Pleading, declarou o inglês como língua única nos tribunais. No mesmo ano, uma sessão do Parlamento foi aberta neste idioma. Nesse período, além do inglês e do francês, o latim também estava presente, como língua da Igreja e da área jurídica.

A influência do francês até hoje é muito grande, especialmente sobre a língua da corte e do direito.

Esse período, que vai da metade do século XI até 1500, é conhecido como Inglês Médio.

Por volta da metade do século XIV, o poeta Geoffrey Chaucer cria obra que caracteriza um novo estágio evolutivo do inglês. A obra deste autor funde elementos linguísticos românicos e germânicos em uma nova língua. Nesse período, Londres é o centro cultural e político. A obra de Chaucer é o símbolo do final do Inglês Médio.

De 1400 até 1600 há um período de transição que levará ao Inglês Moderno. Uma das características da transição para o Inglês Moderno é o fato de que nesse período, Londres torna-se definitivamente o centro da evolução linguística que se inicia. Londres e a Inglaterra meridional (sua pronúncia e língua são consideradas como referência até hoje - com exceção do inglês americano) exercem importante função na transformação do inglês, principalmente pelo fato de em suas redondezas encontrarem-se duas das universidades mais representativas: Oxford e Cambridge.

Outras características do período são a influência da imprensa no sentido de unificação linguística e o interesse pelos estudos clássicos que surge na época do Renascimento, na Itália, e influencia fortemente a Inglaterra. Isto fez com que uma série de palavras de origem grega e latina fossem adotadas pelo inglês.

Este período de transição leva à maturidade do inglês em 1611, com a Bíblia do Rei James e, principalmente com a obra de William Shakespeare (1562-1616).

Como já vimos, o inglês não é a única língua falada no Reino Unido. Existe o Escocês, que é próxima ao inglês, e ainda quatro línguas Celtas. Estas últimas dividem-se em dois grupos: duas línguas P-Celtas (Galês e Córnico) e duas línguas Q-Celtas (Irlandês e Gaélico Escocês). Algumas destas línguas são faladas também em outras partes do mundo. O Gaélico é falado na Nova Escócia e Canadá e o Galês na Patagônia e Argentina.

(*de jure e de facto são expressões latinas: a primeira designa o que a lei diz e a segunda, a ação que acontece na prática.)

Bibliografia consultada: A Aventura das Línguas - Hans Joachim Störig - Ed. Melhoramentos, e Wikipedia.

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